quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Para o meu pai / Para mi padre




Recentemente um grande amigo me fez lembrar que,
quando somos pequenos,
todos os pais são como super-homens.

Não são apenas fortes.
São os mais fortes.

Não são apenas inteligentes.
São os mais inteligentes.

São perfeitos!

até que a gente cresce...
e surgem os defeitos.

O meu pai morreu ontem à noite.

E,
como muita gente,
também carregava defeitos.

Defeitos que,
até certo tempo,
eu pensava que eram graves,
mas que,
por sorte,
eu e meu pai,
todos vivemos tempo suficiente para eu mudar de opinião:
os defeitos do meu pai não eram graves.

Eram defeitos de gente.
Talvez distintos,
mas certamente não maiores ou menores do que os meus.

Eram defeitos de quem erra, mas que também acerta,
que magoa e que ama,
que bebe, que fuma, que joga... e que trabalha.

E que agora inunda o rosto do filho que nunca quis perder o pai que teve.

Obrigado por tudo, Lulão!

Por tudo que me sustentou.
Por tudo que me fez crescer.

E por tudo que me fez sorrir um monte.

Que eu honre o pai que eu tive a sorte de ter!

E,
tarde ou não,
eu te prometo:
prometo, pai, que em breve levo o Nuno no Campo (de São Bento)
e o ensino
a alimentar a garça,
jogando pão para os peixes;
e a conhecer e a sentir o vovô.









Te amo!
Já com saudades,
Filho








__________







No hace mucho tiempo un gran amigo me ayudó a recordar que,
mientras somos niños,
todos los padres son como hombres de acero.

No son solamente fuertes.
Son los más fuertes.

No son solamente inteligentes.
Son los más inteligentes.

¡Son perfectos!

hasta que crecemos...
y surgen los defectos.

Mi padre se murió ayer por la noche.

Y,
como muchos,
también llevaba defectos.

Defectos que,
hasta cierto tiempo,
yo pensaba que eran graves,
pero que,
por suerte,
mi padre y yo vivimos el suficiente tiempo para yo cambiar de opinión:
los defectos de mi padre no eran graves.

Eran defectos como los que tiene toda la gente.
Tal vez distintos,
pero seguro que no más grandes o más pequeños que los mios.

Eran defectos de quien erra, sino también de quien acierta,
que daña y que ama,
que bebe, que fuma, que apuesta dinero... e que trabaja.

Y que ahora inunda la cara del hijo que nunca quiso perder el padre que tuvo.

¡Gracias por todo, Lulão!

Por todo lo que me sustentó.
Por todo lo que me desarrolló.

Y por todo lo mucho que me hizo sonreír.

Que yo honre el padre que tuve la suerte de tener!

Y,
tarde o no,
yo prometo:

prometo, padre, que pronto llevo el Nuno al Campo (de São Bento)
y lo enseño
a alimentar a la garceta,
echando pan a los peces;

y a conocer y a sentir el abuelito.









¡Te Amo!
Ya te echo de menos,
Hijo.