Apresento o contexto; descrevo a cena em si; e, por fim, tento fazer uma breve reflexão a partir do sou hoje.
O Contexto
Ainda estudava no Pequeno Príncipe.
E, pelo que me lembro (e pelo o que a cena sugere), estava na primeira ou na segunda série.
Rolava, entre a turminha da escola, um círculo de leitura, atividade que funcionava mais ou menos assim:
E, pelo que me lembro (e pelo o que a cena sugere), estava na primeira ou na segunda série.
Rolava, entre a turminha da escola, um círculo de leitura, atividade que funcionava mais ou menos assim:
A professora organizava o processo. E, de tempos em tempos, as trocas eram renovadas.
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Os livros de maior sucesso eram o trazido por mim ("O guarda Napo") e o trazido pelo Ilson, que logo se tornaram os mais disputados.
O meu, de acordo com as regras, o li antes da primeira troca.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzeyIbFZHJZ_q3CTKvf3AaALhjUYgSDCI5klwcKcp_rYBX2AYMo3-tRtZrOTzLSSEn9xFL-6gXFoBRibgAlDeb0OIA8J4g5vzzN63UHkY9n8s2LtPOMTBbwlKmVakDBNpNK5-PoqNKyyk/s200/Rodadas.png)
O do Ilson, no entanto, só o tive em mãos após muitas rodadas, já que, extremamente tímido, me recusava a entrar em qualquer disputa.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzeyIbFZHJZ_q3CTKvf3AaALhjUYgSDCI5klwcKcp_rYBX2AYMo3-tRtZrOTzLSSEn9xFL-6gXFoBRibgAlDeb0OIA8J4g5vzzN63UHkY9n8s2LtPOMTBbwlKmVakDBNpNK5-PoqNKyyk/s200/Rodadas.png)
O do Ilson, no entanto, só o tive em mãos após muitas rodadas, já que, extremamente tímido, me recusava a entrar em qualquer disputa.
Nas rodinhas, escutava, - sempre curioso, - as falas sobre como o livro do Ilson era bom, mas, evitando as disputas, adiava a leitura.
E assim o fiz até que, em uma rodada de trocas distante, - após muitos (talvez todos) o lerem, - o livro do Ilson sobrou. E eu o levei para casa.
Adiava.
Adiava.
Adiava.
E assim o fiz até que, em uma rodada de trocas distante, - após muitos (talvez todos) o lerem, - o livro do Ilson sobrou. E eu o levei para casa.
Estudava de tarde.
E, pelo que me lembro, era de manhã, quando decidi ler o livro.
Abri o livro.
Vi as figuras.
E me dirigi à primeira página, para iniciar a leitura.
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Já era capaz de ler e estava bastante animado,
mas...
mas...
apesar da animação,
desta vez, a leitura "simplesmente" não fluiu.
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desta vez, a leitura "simplesmente" não fluiu.
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Não sei se porque as palavras eram difíceis, se porque as frases eram grandes, ou se por tudo junto.
Só sei que a leitura não fluiu.
Só sei que a leitura não fluiu.
E, por esta razão, me tive como menos capaz do que todos os meus coleguinhas.
Me abati.
E, abatido, me mantive recluso, até o momento em que, estando diante de mim, minha mãe me indagou o motivo.
Eu a disse.
E, abatido, me mantive recluso, até o momento em que, estando diante de mim, minha mãe me indagou o motivo.
Eu a disse.
E, até hoje, me lembro do momento em que, em uma das cadeiras da mesa da cozinha, minha mãe me pôs no colo e, com amor, me ajudou a ler o livro que, momentos antes, eu me julgara incapaz de ler.
Saiu a tristeza.
Entrou a alegria.
E na escola, na rodinha de conversas do grupinho, desta vez eu também puder falar com propriedade sobre o livro do Ilson.
E na escola, na rodinha de conversas do grupinho, desta vez eu também puder falar com propriedade sobre o livro do Ilson.
Reflexões sobre a cena a partir do que sou hoje
Refletindo sobre a mesma cena a partir do que sou hoje, me surgem umas questões.
E se, logo após o fracasso da primeira tentativa, eu não tivesse tido a ajuda da minha mãe?
E se, logo após o fracasso da primeira tentativa, eu não tivesse tido a ajuda da minha mãe?
Quais os efeitos em mim - com duração e manifestações - até hoje?
Não sei.
Não sei.
Mas, parando para refletir, me vêm a mente efeitos, defeitos, grandes e negativos, ainda maiores do que os que já carrego.
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Enfim,
dizem que os amores maternos e paternos não são iguais.
No futuro, vou poder escrever - e me posicionar - melhor sobre o tema.
Por agora, não.
Nesta data, não.
dizem que os amores maternos e paternos não são iguais.
No futuro, vou poder escrever - e me posicionar - melhor sobre o tema.
Por agora, não.
Nesta data, não.
2 comentários:
Feliz dias das mães Tânia!!
Salve Luí!!!
Lembro vagamente deste círculo do livro. Mas não recordo o livro que levei. Vou perguntar pra Amélia e pra tia Sueli (e vou buscar o Guarda Napo p as meninas aqui em casa).
O que sim sei é que como éramos muito unidos, e senpre estávamos juntos na casa de um ou de outro, acho que posso falar, sem exagero, que somos reflexo também da influência de algumas mães de alguns amigos.
E lendo suas palavras não poderia perder a carona.
Assim que... super parabéns e muito obrigado por tudo tia Tânia.
Tenho infinitas e cristalinas memórias do seu carinho, da sua paciência e de sua bondade.
Em breve estaremos juntos outra vez. Com a nova geração e os bons e velhos recuerdos.
Beijos y besos
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