domingo, 14 de maio de 2017

Parabéns, mãe! / ¡Enhorabuena, madre!



Nesta postagem, volto a escrever sobre uma cena do tempo em que ainda era criança.




Apresento o contexto; descrevo a cena em si; e, por fim, tento fazer uma breve reflexão a partir do sou hoje.


O Contexto


Ainda estudava no Pequeno Príncipe.

E, pelo que me lembro (e pelo o que a cena sugere), estava na primeira ou na segunda série.

Rolava, entre a turminha da escola, um círculo de leitura, atividade que funcionava mais ou menos assim:




cada aluno comprava um livro e,
após a leitura,
o levava para a escola, para trocas.






A professora organizava o processo. E, de tempos em tempos, as trocas eram renovadas.

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Os livros de maior sucesso eram o trazido por mim ("O guarda Napo") e o trazido pelo Ilson, que logo se tornaram os mais disputados.
  
O meu, de acordo com as regras, o li antes da primeira troca.





O do Ilson, no entanto, só o tive em mãos após muitas rodadas, já que, extremamente tímido, me recusava a entrar em qualquer disputa.






Nas rodinhas, escutava, - sempre curioso, - as falas sobre como o livro do Ilson era bom, mas, evitando as disputas, adiava a leitura.




Adiava.




Adiava.




Adiava.



E assim o fiz até que, em uma rodada de trocas distante, - após muitos (talvez todos) o lerem, - o livro do Ilson sobrou. E eu o levei para casa.

Estudava de tarde.

E, pelo que me lembro, era de manhã, quando decidi ler o livro.


A Cena

Abri o livro.

Vi as figuras.

E me dirigi à primeira página, para iniciar a leitura.

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Já era capaz de ler e estava bastante animado,

mas...

apesar da animação,

desta vez, a leitura "simplesmente" não fluiu.

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Não sei se porque as palavras eram difíceis, se porque as frases eram grandes, ou se por tudo junto.

Só sei que a leitura não fluiu.

E, por esta razão, me tive como menos capaz do que todos os meus coleguinhas.

Me abati.

E, abatido, me mantive recluso, até o momento em que, estando diante de mim, minha mãe me indagou o motivo.

Eu a disse.







E, até hoje, me lembro do momento em que, em uma das cadeiras da mesa da cozinha, minha mãe me pôs no colo e, com amor, me ajudou a ler o livro que, momentos antes, eu me julgara incapaz de ler.




Saiu a tristeza.

Entrou a alegria.

E na escola, na rodinha de conversas do grupinho, desta vez eu também puder falar com propriedade sobre o livro do Ilson.


Reflexões sobre a cena a partir do que sou hoje

Refletindo sobre a mesma cena a partir do que sou hoje, me surgem umas questões.

E se, logo após o fracasso da primeira tentativa, eu não tivesse tido a ajuda da minha mãe?

Quais os efeitos em mim - com duração e manifestações - até hoje?

Não sei.

Mas, parando para refletir, me vêm a mente efeitos, defeitos, grandes e negativos, ainda maiores do que os que já carrego.

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Enfim,

dizem que os amores maternos e paternos não são iguais.

No futuro, vou poder escrever - e me posicionar - melhor sobre o tema.

Por agora, não.

Nesta data, não.

Hoje, Mãe, para concluir esta postagem, quero apenas dizer que te amo








e que desejo que todo o carinho e toda a atenção que vc teve por mim não me escape, para que, junto com a Katerine, eu repita o mesmo com o Valentim.











Feliz dia das mães!


Com amor,
Filho




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2 comentários:

Unknown disse...

Feliz dias das mães Tânia!!

inrubim disse...

Salve Luí!!!
Lembro vagamente deste círculo do livro. Mas não recordo o livro que levei. Vou perguntar pra Amélia e pra tia Sueli (e vou buscar o Guarda Napo p as meninas aqui em casa).
O que sim sei é que como éramos muito unidos, e senpre estávamos juntos na casa de um ou de outro, acho que posso falar, sem exagero, que somos reflexo também da influência de algumas mães de alguns amigos.
E lendo suas palavras não poderia perder a carona.
Assim que... super parabéns e muito obrigado por tudo tia Tânia.
Tenho infinitas e cristalinas memórias do seu carinho, da sua paciência e de sua bondade.
Em breve estaremos juntos outra vez. Com a nova geração e os bons e velhos recuerdos.
Beijos y besos